Homens com sobrepeso e baixa testosterona têm mais risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Mas e se a reposição desse hormônio pudesse não apenas prevenir, como também reverter esse risco?
Um estudo recente sugere que essa hipótese pode estar mais próxima da realidade do que se imaginava.

Entendendo a relação: obesidade, testosterona e diabetes
É comum observar que homens com sobrepeso ou obesidade apresentam baixos níveis de testosterona.
Esse cenário é importante porque a baixa testosterona está associada a:
- Acúmulo de gordura visceral
- Resistência à insulina
- Perda de massa muscular
- Maior risco de disfunção metabólica
Tudo isso contribui para o desenvolvimento ou agravamento do Diabetes tipo 2 (DM2).
O estudo: testosterona pode mudar esse quadro?
O pesquisador Bracken et al. conduziu um estudo duplo-cego, randomizado, com mais de mil homens que apresentavam:
- Alterações glicêmicas no TOTG (teste oral de tolerância à glicose)
- Ou diagnóstico recente de diabetes tipo 2
Importante: todos os participantes tinham testosterona sérica inferior a 403 ng/dL, mas ainda não haviam sido diagnosticados com hipogonadismo.
Intervenção:
- Grupo 1: recebeu 1000 mg de undecanoato de testosterona a cada 12 semanas
- Grupo 2 (controle): recebeu placebo
O estudo teve duração de 2 anos.
Resultados: o que a testosterona mudou?
O grupo que recebeu testosterona apresentou melhorias significativas em vários marcadores metabólicos e clínicos:
Reduções:
- Glicemia em jejum
- Circunferência abdominal
- Percentual de gordura corporal
Aumentos:
- Massa muscular
- Força de preensão manual
- Qualidade da ereção (avaliada pelo índice internacional de disfunção erétil)
Conclusão principal: a testosterona reduziu de forma significativa o risco de progressão para Diabetes tipo 2, mesmo em pacientes que não tinham hipogonadismo clínico.
O que isso significa na prática?
A reposição de testosterona pode se tornar uma nova estratégia complementar na prevenção do diabetes tipo 2 em homens com:
- Baixa testosterona (mesmo sem hipogonadismo diagnosticado)
- Alterações no TOTG
- Ou diagnóstico recente de DM2
Contudo, os hábitos de vida continuam sendo a base do tratamento.
A prática regular de atividade física, controle do peso e alimentação equilibrada são insubstituíveis.
Conclusão: uma nova possibilidade no combate ao diabetes?
A pesquisa abre um novo campo na endocrinologia e medicina preventiva:
A testosterona, além de ser um hormônio sexual, pode atuar como agente metabólico — com potencial clínico no controle glicêmico.Mas ainda é cedo para generalizações. A indicação deve ser individualizada, com acompanhamento médico e exames hormonais.
Você tem baixa testosterona e alterações de glicose?
Não tome decisões por conta própria. Agende uma consulta com um especialista em metabolismo hormonal.
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Referência:
DOI: 10.1016/S2213-8587(20)30367-3